quarta-feira, 15 de julho de 2009

O 29 de Maio participou!

Africanidade Discutida em Curso
Por: Kamilla Uhl
Foto: Antônio Leudo

Levando-se em consideração que a cultura brasileira é essencialmente africana, apesar de receber influências de outros países, a Secretaria Municipal de Educação realizou esta semana o Curso Africanidade, desenvolvido no Palácio da Cultura. Participaram cerca de 80 servidores, entre professores do segundo segmento (6º ao 9º ano) do ensino fundamental da rede municipal de ensino e pedagogos. A professora de Artes do Instituto Federal Fluminense (IFF) e da Faculdade de Filosofia de Campos, Raquel Fernandes, foi a palestrante, desenvolvendo o tema "Como trabalhar Africanidade nos dias atuais".

Alunos do Centro Educacional 29 de Maio participaram do encontro com o espetáculo teatral "Meninos de rua", enfocando a diversidade que deve ser respeitada em sala de aula. O grupo faz parte Programa de Criança, projeto desenvolvido em parceria entre Petrobras, Sest/Senat e Prefeitura de Campos, que atende crianças de 7 a 14 anos de idade. O teatro abordou o respeito às diferenças e aos direitos da criança e do adolescente.

Na ocasião, a secretária de Educação, Auxiliadora Freitas, lembrou que todo o trabalho que envolve o processo de educação é importante, mas garantiu que também é fundamental a relação professor-aluno, levando em consideração a diversidade de gênero, cultural e religiosa, presentes em sala de aula.

- Ninguém é melhor do que ninguém por características físicas. Todos nascemos com estruturas para aprender, basta recebermos condições para desenvolver nossas habilidades. E nesse processo, o aprendizado deve passar pela emoção antes de chegar à razão - pontuou.

A palestrante iniciou a explanação apresentando figuras que representam a imagem que os brasileiros, na maioria dos casos, têm da África. "A África não é apenas guerra e gente pobre, tem muitas outras coisas a oferecer. Procuro mostrar aos meus alunos os valores do negro, a fim de elevar a auto estima dos mesmos e mostrar que a beleza deles está naquilo que eles são", explicou.

Segundo Raquel, quatro milhões e meio de escravos que chegaram ao Brasil vieram da África. A Região Norte do estado do Rio de Janeiro, em especial o município de Campos importou a maior parte dos escravos da Angola, de acordo com ela. Para a palestrante, a religião é um dado importante quando se estuda a África e para desenvolver este tema em sala de aula é necessário estar livre de preconceitos.

- Não é possível trabalhar africanidade sem trabalhar a religião, pois os escravos vieram para o Brasil somente com a memória e a espiritualidade, que é expressa na arte - pontuou, lembrando que o sincretismo religioso produz o sincretismo cultural.

Palestrante - Raquel Fernandes é formada em Artes Cênicas pela UniRio e licenciada em Artes Visuais pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Concluiu pós-graduação em Literatura, Memória Cultural e Sociedade, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFF), onde atualmente leciona Artes no ensino médio e no pós-médio. Na Fafic, é professora de História da Arte. A professora é co-autora do livro "Machadinha: Origem, História e Influências", organizado por Leonardo Vasconcellos Silva, no qual Raquel escreveu sobre cultura africana. É autora de outro livro infanto-juvenil "Tidinho: o menino contador de histórias".

Fonte:
http://www.campos.rj.gov.br/noticia.php?id=19842

Postado por
Kátia Monique Lemos Mothé
Laboratório de Informática Educativa

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